O desenvolvimento do pensamento, mais que um simples processo lógico, desenvolve-se em resposta a desafios vitais. Sem o desafio da vida o pensamento fica a dormir... O pensamento se desenvolve como ferramenta para construirmos as conchas que a natureza não nos deu. (Rubem Alves)

30.9.06

ESCOLARIZAÇÃO DO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA VISUAL

O professor alfabetizador deve levar em consideração todos os aspectos de desenvolvimento da
criança e partir dos seguintes princípios:

• Qual o grau de perda da visão da criança?
• O que a criança sabe?
• Que tipo de experiência teve anteriormente?
• Que oportunidades lhe foram oferecidas?
• O que lhe é signifi cativo neste momento?
• O que a criança quer saber fazer nesse momento?
• Qual é o nível de envolvimento de sua família?


(Pintura de Brughel, Cegos guiando cegos)

O professor alfabetizador deve ajudar a criança a lidar com frustrações e motivá-la a investigar, pesquisar, construir novos signifi cados. Isto irá reforçar sua identidade e constituirá a base da futura aprendizagem.

Por isso, o processo de desenvolvimento e aprendizagem da leitura e escrita deve ter como meta a ação funcional, signifi cativa, vivenciada e construída pela criança, mediante cooperação conjunta professor-aluno-colegas e familiares.
Cabe ao professor a análise de cada caso, a organização e a sistematização de atividades pedagógicas específi cas, necessárias ao desenvolvimento integral do aluno, como também propor e adaptar atividades lúdicas, prazerosas e situações de interação, socialização e participação coletiva com os demais alunos da escola.


FASE INICIAL DA ALFABETIZAÇÃO

Antes de aprender como se escreve e como se lê, a pessoa tem algumas idéias sobre como deve ser isso. Ela vê algumas escritas na rua, na televisão, nos jornais e em muitos lugares. Ela vê pessoas lendo e escrevendo e pensa sobre isso. A criança vidente incorpora, assistematicamente, hábitos de escrita e de leitura desde muito cedo. A criança cega, no entanto, demora muito tempo a entrar no universo do “ler e escrever”. O Sistema Braille não faz parte do cotidiano, como um objeto socialmente estabelecido. Somente os cegos se utilizam dele. As descobertas das propriedades e funções da escrita tornam-se impraticáveis para ela.
Infelizmente as crianças cegas só tomam contato com a escrita e com a leitura no período escolar. Esse impedimento, sabe-se, pode trazer prejuízos e atrasos no processo de alfabetização. É a hora de a educação fazer-se mais forte e cumprir com seus reais objetivos: abrir frentes de conhecimento, suprir lacunas e minimizar carências.

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